Lombalgias e o Método Busquet

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A dor lombar é um sintoma que pode estar associado a diferentes afecções. É importante causa de incapacidade gerando frequentes visitas médicas e fisioterápicas.

Um estudo demonstrou que a prevalência de dor lombar numa população de mais de 300 crianças foi de 30 a 51%. Este dado nos faz considerar a precocidade em que muitas vezes se manifesta este sintoma.

Segundo a American Academy of Orthopedic Surgeons (AAOS), a lombalgia acomete pelo menos uma vez na vida 50 a 70% das pessoas, sendo acompanhada de ciatalgia em aproximadamente 13 a15% das pessoas.

Dentre as várias causas de lombalgia, podemos citar:

– A dor lombar crônica de origem vascular (relacionada a aneurismas aortoilíacos – gerando isquemia da musculatura paravertebral).

– A dor de origem renal é relatada dorsalmente no ângulo costovertebral e anteriormente, no flanco abaixo do 12º arco costal. Normalmente é uma dor em cólica, espasmódica e se estiver associada à distensão ureteral encontramos a irradiação para o testículo ou grande lábio vaginal do mesmo lado (irradiação justificada pelas ramificações dos pequenos e grandes nervos abdominogenitais – nervo íliohipogástrio e nervo ílioinguinal que passam próximos ao rim, como explicado na bibliografia do Método Busquet).

– As prostatites e o câncer da próstata causam dor na região do períneo com irradiação sacral (Esta relação entre a próstata e o períneo é explicada pelo Método quando pontua a continuidade do peritônio na pelve menor masculina, onde a aponeurose reto-prostática faz contato com o centro fibroso do assoalho pélvico podendo sofrer alterações qualitativas devido às tensões existentes).

– A esofagite cursa com dor retroesternal que pode irradiar-se para a região dorsal. A úlcera péptica duodenal normalmente ocorre na parede posterior do duodeno, parte deste órgão é retroperitonial, dessa forma a dor pode irradiar-se para a transição toracolombar. Na pancreatite pode ocorrer o mesmo. A cólica biliar, da mesma forma que a renal, pode cursar com dor espasmódica na transição toracolombar.

– No grupo das artrites degenerativas, que causam dor lombar, incluem-se a osteoartrose clássica que ocorre nas facetas articulares e a hiperostose esquelética idiopática difusa (doença de Forestier).

– No grupo das artrites inflamatórias, destaca-se a espondilite anquilosante, normalmente sentida nas articulações sacro-ilíacas e caracterizada por rigidez e dor matinal com melhora ao movimento ao longo do dia.

– No grupo dos reumatismos de partes moles, encontramos a fibromialgia, mais comum em mulheres e quase sempre acompanhada da síndrome da fadiga crônica, depressão e distúrbios do sono e também, a síndrome dolorosa miofascial que acomete vários grupos musculares e está associada a contraturas dolorosas involuntárias desses músculos.

– O hipoestrogenismo determinado pelo climatério diminui o trofismo ósseo e muscular, resultando em fadiga muscular e fraturas por osteoporose, ambas dolorosas.

– As espondilodiscites infecciosas, tanto a específica (tuberculosa/ mal de Pott) como a bacteriana inespecífica (s.aureus), são geralmente de origem hematogênica, secundárias a um foco primário distante. Causam intensa dor lombar que não melhora com repouso e piora à noite.

– Várias são as doenças ginecológicas que podem cursar com lombalgia e/ou ciatalgia. Os tumores pélvicos primários e as metástases podem gerar dor por invasão óssea, acometimento do retroperitônio, compressão de raízes nervosas e do plexo lombossacral.

– A endometriose situa-se em diversos locais, como ligamento uterossacral, peritônio e retroperitônio entre outros, podendo assim causar lombalgia. Em mais de 50% dos casos a dor lombar piora durante a menstruação.

– A lombalgia mecânica é considerada a mais comum, caracterizando-se por piora ao movimento, atividade e esforço físico e melhora com o repouso, podendo ser subdividida em: dor discogênica, facetária, ciática ou dor da claudicação neurogênica.

Embora nós, fisioterapeutas, não tratemos as patologias; elas nos auxiliam no entendimento das relações que existem entre os processos internos e as conexões musculoesqueléticas e, mesmo após uma intervenção médica é extremamente indicado um trabalho global que vise eliminar as possíveis memórias teciduais causadas pelas afecções.

Michèle Busquet- Vanderheyden (2009), afirma que visamos tratar as disfunções e que o trabalho sobre o peritônio e seu relaxamento produzem reações sobre o plano visceral e parietal que nos permite dizer que mais de 80% das lombalgias crônicas são de origem visceral.

Através das diversas relações expostas neste texto pode-se notar que o portador de dor lombar necessita de uma anamnese aprofundada que considere as associações existentes entre os sistemas internos e o músculoesquelético; dessa forma é possível extrair a lógica das disfunções apresentadas por nossos pacientes e propor um tratamento personalizado segundo os princípios do Método Busquet.

17/07/2013

Publicado por: Aline Lando Ken
BERNARD,J C; JEMNI, S. Lombalgies de l’enfant et de l’adolescent. Kinesither Rev; 2006 (54): 30-5

BERNARD,J C; JEMNI, S. Lombalgies de l’enfant et de l’adolescent. Kinesither Rev; 2006 (54): 30-5

Projeto Diretrizes – Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, 2002

WIESEL S W et al. The Lumbar Spine. The International Society for the study of the lumbar spine.2nd edition. 1996

BUSQUET-VANDERHEYDEN, M. As cadeias fisiológicas: A cadeia visceral: abdome/pelve:descrição e tratamento,  vol VI. 2ªed. Barueri, SP:Manole, 2009.

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