Tratamentos

Artrose Vertebral

Definição: Estado de progressiva degeneração da articulação vertebral, caracterizado por erosão da cartilagem articular e formação de osteófitos(bico de papagaio) nas bordas articulares.

Sintomas:

Os sintomas de artrose são comuns em doenças degenerativas do disco ou em articulações continuamente expostas a trauma.Podem se desenvolver osteófitos e invadir o canal espinhal e forame intervertebral, causando assim sinais neurológicos.

A articulação em degeneração é vulnerável a compressão de faceta, torção e inflamação, como é qualquer articulação artrítica.

Em alguns pacientes, o movimento alivia os sintomas; em outros, o movimento irrita as articulações e os sintomas dolorosos aumentam.

O que fazer?

Reduzir a tensão dos músculos Exercícios de relaxamento.Tração mantida com força suficiente para abrir o forame intervertebral e aliviar a pressão nas raízes nervosas.

Se causar irritação, não deve ser usada. Aumentar a mobilidade usando técnicas de amplitude de movimento e contração-relaxamento dentro da tolerância dos pacientes.

Ensine ao paciente medidas preventivas e posturas para aliviar as sobrecargas mecânicas.

Posturólogo- RPGista – Osteopata – Palmilhas Posturais

Sistema Flexão-Distração da Coluna Vertebral

O sistema de Flexão-distração da coluna vertebral foi desenvolvimento pela escola americana de posturologia.

Este tratamento é indolor por permitir o ajuste à posição antálgica da coluna, e facilita a aplicação de outras terapias tais como: Osteopatia; Posturologia; Terapia Crâneo Sacral e Terapias manuais.

O sistema de flexão-distração dinâmico da coluna vertebral é eficaz no tratamento das patologias lombares tais como: Hérnia de disco, artrose, espondilolistese, discartrose dentre outras patologias compressivas da coluna vertebral.

A associação da força de descompressão aliado à flexão passiva da coluna vertebral no nível a ser tratado estimula os efeitos:

* Aumento do espaço posterior intra-discal;

* Diminuição da protrusão do disco e redução da estenose;

* Alongamento do ligamento amarelo para reduzir a estenose;

* Abertura do canal vertebral em até 2mm (16%);

* Aumento da nutrição e do transporte de metabólitos para o disco;

* Abertura das articulações apofisárias e redução da tensão posterior no disco;

* Diminuição da pressão intradiscal para menos de 100 mm de pressão(Hg);

Efeitos durante a Distração e Extensão passiva da coluna vertebral:

* O núcleo projeta-se anteriormente reduzindo a protrusão e aumentando o

canal vertebral

* Abertura dos forames intervertebrais, ampliando o espaço para o nervo e

gânglios da raiz dorsal

* Diminuição do edema local

* Diminuição da dor por ativação do sistema de inibição das comportas medulares.

Conclusão: Aliviar as dores provenientes da coluna vertebral. Viva bem com a coluna que você tem!

Procure um Fisioterapeuta, Osteopata, Posturólogo e faça uma avaliação. Trate e previna as alterações que ocorrem na coluna vertebral.

Fontes Bibliográficas e Publicações:

*Revista BMC- Musculoskeletal Disorders – Pesquisa da distração-flexão- mostrou que 76% dos pacientes com hérnia de disco melhoraram dos sintomas. E que, dos 57 pacientes envolvidos na pesquisa, apenas 2 tiveram que submeter a intervenção cirúrgica.

*Revista Reumatology International Journal

*Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy concluíram que a flexão-distração

ajuda a melhorar os sintomas produzidos por discos herniados.

* www.techmec.com.br

Ativação muscular abdominal e o aumento da estabilidade lombar: Análise da contribuição de diferentes grupos musculares

Neste estudo, STOKES et al faz a análise dos efeitos dos diferentes padrões de ativação muscular abdominal na estabilidade da coluna vertebral. Os resultados teriam o intuito de testar a hipótese que ocorreria um aumento de tal estabilidade na ativação muscular de 10% ou 20% de ativação máxima. Já que programas de reabilitação têm sido propostos para melhorá-la via recrutamento seletivo de certos grupos musculares do tronco.

O modelo biomecânico anatomicamente realista inclui a curva da ativação muscular forçada de cada um dos componentes da parede abdominal (os transversos, oblíquos internos e externos e reto abdominal) e 77 pares simétricos dos músculos dorsais. As ativações musculares foram calculadas com o modelo carregado em flexão, extensão, inclinação lateral e rotação axial do tronco/ momentos, em incremento de 20 Nm até 60 Nm. Juntamente a pressão intra-abdominal (PIA) com até 5 ou 10 kPa e peso corporal parcial (340 N).

Após definir as forças para os músculos atingirem o equilíbrio estático em cada caso de carregamento, realizou-se uma análise quantitativa de “flambagem” (instabilidade) da coluna vertebral. Em seguida, diferentes padrões de ativação muscular foram estudados, forçando a ativação de determinados músculos abdominais para pelo menos 10 % ou 20% da máxima.

O “Baseline modelo” previu que a estabilidade da coluna vertebral estava em média 1,8 vezes maior com a duplicação da PIA. Verificou-se também que forçando a ativação de pelo menos 10% dos músculos oblíquos ou transverso abdominal houve ligeiro aumento da estabilidade durante os esforços, exceto na flexão do tronco. Mas, forçando 20% de ativação dos mesmos, não houve acréscimo na estabilidade. Na análise dos músculos reto abdominais, constatou-se que sua ativação forçada não têm nenhum papel na estabilidade da coluna vertebral.   Isso lança dúvidas sobre o mecanismo de ação proposto por programas específicos de estabilização da coluna lombar no tratamento da lombalgia.

O próprio autor relata que, baseado em estudos anteriores, era esperado um aumento da estabilidade lombar com a ativação da musculatura abdominal. A diferença é que nestas análises anteriores não houve a interação com a PIA, fator que acrescentou um realismo fisiológico no presente estudo. Assim, constatou-se que qualquer ativação antagônica destes músculos são necessariamente associada a um aumento de pressão intra-abdominal.

Analisando as questões levantadas nesta pesquisa, podemos nos questionar em alguns aspectos: o que realmente determina a estabilidade da coluna vertebral? A fraqueza é a verdadeira causa das dores lombares? Qual é a função destes músculos chamados de “estabilizadores” da coluna?

Segundo Busquet 2001, os músculos não foram feitos para a função estática,  e se isso acontece, eles atrofiariam e evoluíriam para tornar-se tecido conjuntivo. Mas, considerando que a nossa estática é baseada em um desequilíbrio anterior, existem os músculos do reequilíbrio (paravertebrais) que funcionam como “rajadas” para gerenciar tanto a estática como também para coordenar os movimentos dinâmicos. Estes músculos não precisam ser fortes e nem muito rápidos.

Esse mesmo autor acrescenta que o nosso equilíbrio em pé é construído sobre a cadeia estática posterior e pelos apoios hidropneumáticos (diafragma sobre as vísceras). Quando o diafragma se contrai, a resultante dirigi-se para frente e para baixo em direção a parte infra-umbilical do abdômen onde o músculo transverso e piramidal do abdômen respondem ritmicamente a esse aumento da PIA. Esses apoios hidropneumáticos também se adaptam e estabilizam a coluna nos movimentos dinâmicos.

Lederman 2010, cita em uma revisão bibiliográfica sobre estabilização do tronco, que precisamos apenas de 2 à 3% de contração máxima do tranverso do abdômen e menos de 1% de co-contração dos músculos flexores e extensores  para nos manter em pé.

Com essas informações podemos concluir primeiramente que o transverso do abdômen não tem função de movimento e sim de regulação da PIA. E, que os músculos que eram considerados como estáticos e “estabilizadores da coluna” são na verdade músculos do reequilíbrio.

Então, é importante colocar em evidência que qualquer alteração no conteúdo abdominal (retrações ou congestões) geram adaptações das cadeias musculares e de toda nossa estática. Por exemplo, se tivermos uma retração abdominal, o transverso do abdômen será solicitado concentricamente junto com a cadeia de flexão e os mutifidos excentricamente, e se isso se mantiver, haverá o enfraquecimento desse conjunto por excesso de trabalho e como conseqüência a dor lombar. Então, a solução mais coerente não seria o fortalecimento destes músculos e sim a liberação das tensões intra-abdominais para que o corpo encontre naturalmente sua verdadeira vocação.

Diante dessas discussões, entende-se que a leitura deste artigo é de extrema importância para todos profissionais que trabalham diretamente com as queixas de “dor lombar” em seus consultórios. Pois, todas as colocações foram baseadas na análise da anatomia e fisiologia e devem ser consideradas para realização de novas pesquisas.

Merielen Machado

Prof.(a) Assistente da Formação Busquet no Brasil

As bases patofisiológicas e tendências epidemiológicas na doença de refluxo gastro-esofágica

A alta incidência de refluxo gastroesofágico na população mundial e sua prevalência como principal aflição do trato gastrointestinal na América do Norte e Europa são condições importantes que justificam a pesquisa dos fatores patofisiológicos e epidemiológicos desta doença. PANDOLFINO, John E. et al ressaltam, através desta revisão bibliográfica, elementos chave para o desenvolvimento do RGE (refluxo gastroesofágico), assim como fatores epidemiológicos como obesidade, idade, medicamentos e ação do Helicobacter pylori, que podem predispor o início dos sintomas.

Segundo o autor pesquisas realizadas com foco em sintomas como regurgitação ácida e queimação indicam um crescimento anual de aproximadamente 4% na incidência de RGE na população mundial, principalmente na América do Norte e Europa. Apesar das causas deste aumento não serem conclusivas algumas hipóteses com bases fisiológicas são bem aceitas nos dias de hoje.

O refluxo de material estomacal é um evento fisiológico e só se torna uma doença quando aparecem complicações ou queixas relacionadas à exposição excessiva do epitélio esofágico ou supraesofágico ao refluxato (material de refluxo). A transição entre uma situação compensada para uma descompensada deve-se ao equilíbrio (ou ausência dele) entre forças agressivas como aumento da pressão intra-abdominal, e defensivas como a integridade da barreira anti-refluxo.

A barreira anti-refluxo é constituída por uma série de elementos que, combinando suas ações, controlam a entrada de suco gástrico ao esôfago. A pressão intrínseca do esfíncter esofágico inferior (EEI), a pressão extrínseca da porção crural do diafragma, a localização abdominal do EEI, a integridade do ligamento frenoesofágico e a manutenção do ângulo agudo de His promovendo uma função de “flap valve” (válvula em aba), atuam juntos prevenindo o RGE. Nas palavras do autor: “a função global da junção gastroesofágica como barreira anti- refluxo depende da soma de suas partes constituintes e sua habilidade em manter uma zona de alta pressão ou segmento de lume fechado na região que separa o estômago do esôfago”. Associada a estes elementos, temos também a “clearence”esofágica que implica na “limpeza”do esôfago através dos movimentos peristálticos e da ação antiácida da saliva. Um tempo de “clearence” aumentado, por exemplo, nos fumantes, implica numa maior exposição ao refluxato.

Baseando-se em estudos epidemiológicos e experimentais, o autor destaca algumas situações onde o RGE se apresenta com maior intensidade e freqüência. No entanto pode-se somente especular sobre a relação entre causa e consequência. O grande número de possibilidades de acometimento da barreira anti-refluxo torna impossível alguma conclusão nesse sentido. O RGE na terceira idade pode ser resultado de uma redução na ação

esfincteriana ou na motilidade esofágica, nos obesos pode aparecer devido ao aumento da pressão intra- abdominal e nos pacientes em uso de certos medicamentos devido a seu efeito relaxante sobre o EEI.

O autor conclui, e eu concordo, que o paciente deve buscar uma dieta mais saudável, e nos casos de obesidade e tabagismo, uma auto-reeducação, além do tratamento alopático tradicional. Em minha opinião é possível, sem sair da linha de raciocínio da fisiologia humana e fisiopatologia do RGE, especular um pouco mais. O aumento da pressão intra-abdominal pode ser observado mais de perto e apontado como fator de stress sobre os componentes da barreira anti-refluxo. Uma pressão constante e aumentada na junção gastroesofágica pode, além de aumentar as chances de uma hérnia hiatal, recrutar em excesso o diafragma (e consequentemente sua porção crural) enfraquecendo-o. Posso também pensar que essa força sobre o diafragma deve tencionar de forma constante o ligamento frenoesofágico, prejudicando sua função. Segundo o presente artigo, “mesmo pequenos aumentos no diâmetro do lume resultam num aumento exponencial do volume do fluxo, pois o índice de fluxo é igual ao raio de abertura elevado à quarta potência”. Atribuo a essa frase a dificuldade dos trabalhos em definir as verdadeiras fontes do RGE uma vez que uma fraqueza do “diafragma crural” (expressão médica a meu ver incorreta, pois o diafragma é um só músculo), por exemplo, não pode ser detectada pelos exames tradicionais como manometria, endoscopia ou ecografia digestiva e no entanto pode causar um refluxo.

A meu ver, o autor fez um trabalho excelente no que diz respeito à coleta de dados epidemiológicos e à revisão literária dando ao artigo boa utilidade à comunidade científica, pois mostra a necessidade de se realizarem mais estudos com outro foco que não o da análise separada dos componentes da barreira anti-refluxo. Um foco global que não se atenha somente ao plano visceral. É de suma importância atentarmos à interferência da esfera músculo-esquelética no desenvolvimento do RGE.

John E. Pandolfino é médico gastroenterologista, MD e professor adjunto da Medicine- Gastroenterology, uma divisão que presta serviços de consultoria no Northwestern Memorial Hospital e no Jesse Brown VA Medical Center, dentre outras instituições. Tem 56 publicações dentre elas: Utilizing intraluminal pressure gradients to predict esophageal clearence: a validation study; Esophageal motility disorders in terms of pressure topography: the Chicago Classification; e Achalasia: a new clinically relevant classification by high-resolution manometry. É considerado um dos maiores especialistas da América em RGE.

Rafael Teixeira Sampaio, fisioterapeuta e professor assistente do Método Busquet no Brasil.

Anatomia Funcional do Assoalho Pélvico

O assoalho pélvico constituído principalmente por dois músculos pares: o elevador do ânus e o músculo coccígeo. Estes músculos se inserem sobre a face medial da pelve menor e formam um diafragma muscular sobre o qual se repousam os órgãos pélvicos.

O elevador do ânus é o músculo principal do assoalho pélvico, ele é dividido em duas partes: o fascículo pubococcígeo e o fascículo íliococcígeo. O fascículo pubococcígeo é o mais espesso, ele se insere na face posterior do corpo do púbis e suas fibras se dirigem para trás contornando o ângulo ano-retal e depois se encontram com as fibras do fascículo contra lateral. Este fascículo delimita assim o hiato urogenital que dá passagem à uretra, à vagina e à junção ano-retal.

O músculo íliococcígeo é a parte lateral e menos espessa do músculo elevador do ânus. Ele se insere lateralmente sobre o arco tendinoso do elevador do ânus na espinha isquiática e atrás sobre o cóccix. As fibras se terminam sobre o uma rafe mediana constituindo um platô perineal sobre o qual se apóiam os órgãos pélvicos durante os esforços de expulsão.   Este platô é normalmente horizontal e suporta o recto e os dois terços superiores da vagina. O enfraquecimento do músculo elevador do ânus leva a uma verticalização do platô perineal, alarga a fenda urogenital e favorece o aparecimento de um prolapso pelviano.

Independente do músculo elevador do ânus, o músculo coccígeo se insere medialmente sobre as últimas vértebras sacrococcígeas e se termina lateralmente sobre a espinha isquiática. Ele recobre o ligamento sacro-espinhoso e prolonga atrás a parte posterior do diafragma pélvico.

De um ponto de vista funcional, é importante sinalizar que o músculo elevador do ânus é essencialmente composto de fibras do tipo 1, assim como grande parte dos músculos posturais.  As fibras do tipo 1 são fibras de contração lenta e funcionam sobre um modo oxidativo. Sua principal característica é de poder desenvolver contrações tônicas prolongadas.

O metabolismo aeróbico do assoalho pélvico deve ser analisado dentro da fisiopatologia das desordens da estática pélvica. Todo estiramento excessivo do elevador do ânus vai se produzir sobre fibras musculares que estão contraídas em permanência, devido sua atividade tônica. Do ponto de vista fisiopatológico este tipo de estiramento é considerado uma contração excêntrica, bem conhecida por causar danos musculares importantes. Assim, por ter um metabolismo essencialmente oxidativo, o músculo elevador do ânus pode então ser mais sensível as lesões de estiramento crônicos e ao envelhecimento.

A inervação do assoalho pélvico provém das raízes ventrais da segunda, terceira e quarta raiz sacral, diretamente ou por intermédio do nervo pudendo. O nervo pudendo emite o nervo retal inferior que inerva o esfíncter externo do ânus, os braços perineais e os músculos estriados urogenitais superficiais.

O centro tendinoso do períneo é um nódulo fibroso robusto sobre o qual se inserem os músculos elevadores do ânus e os feixes superficiais e profundos do períneo. Trata-se de uma estrutura mediana ao limite entre o períneo urogenital e o períneo anal. No homem, ele esta na frente da linha que une os dois ísquios; na mulher, ele se encontra no meio desta linha. O centro tendinoso do períneo também é uma zona de inserção do reto e das fáscias do músculo pubococcígeo. Ele é composto de fibras de elastina, células musculares lisas e de tecido conjuntivo denso. Ele tem um papel importante na estática pélvica, pois representa um ponto de suporte para a vagina e o útero. A deteriorização do centro tendinoso pré-dispõe ao desenvolvimento de uma retocele ou enterocele.

Os suportes conjuntivos da pelve incluem as condensações organizadas de colágeno denso, classicamente chamadas ligamentos ou tendões, por analogia as estruturas conjuntivas esqueléticas.

Os tecidos descritos como fáscia pélvica ou aponeurose pélvica constituem uma lâmina que recobre lateralmente os músculos parietais, elevadores do ânus e obturador interno, e se continua medialmente com a bainha fibrosa das vísceras pélvicas. Este tecido conjuntivo que fornece a sustentação das vísceras pélvicas é único. Assim, a sustentação da bexiga, da uretra e da vagina é formada pela aponeurose pélvica.

O músculo elevador do ânus e as fáscias pélvicas desempenham um papel fundamental no equilíbrio da estática pélvica mantendo as paredes vaginais bem posicionadas.

Por intermédio de suas inserções laterais sobre a aponeurose pélvica e o músculo elevador do ânus, a vagina forma uma rede sobre a qual repousa a bexiga, o colo vesical e a uretra. Esta rede sub-vesical desempenha um papel importante dentro da continência urinária exercendo uma força de contra-pressão que se opõe aos aumentos bruscos da pressão abdominal ao esforço. A tonicidade da parede vaginal anterior é então, dependente da integridade do complexo músculo-aponeurótico da pelve. Toda alteração de um destes elementos pode provocar alterações, como a cistocéle.

Os ligamentos cardinais e útero-sacros mantêm o útero e o terço superior da vagina nas paredes pélvicas acima do plano muscular do elevador do ânus. Estes ligamentos desempenham um papel direto sobre a estática do colo uterino e da cúpula vaginal e indireto sobre a continência, suportando a base vesical por intermédio das inserções sobre o terço superior da vagina.

A orientação das vísceras pélvicas dentro da estrutura óssea da pelve menor desempenha uma função dentro da estática pélvica. O conjunto das vísceras de depósito (bexiga, reto e útero) e seus canais de evacuação não são retilíneos. Apresentam angulações anteriores no que concerne aos órgãos genitais e urinários e posteriores para as vísceras digestivas.

Em uma mulher em pé o corpo uterino é quase horizontal, repousando sobre a cúpula vesical. O orifício externo colo uterino está situado sobre a linha que liga a primeira ou segunda vértebra coccígea a face posterior da sínfise púbica, é situado no palno frontal passando pelas espinhas isquiáticas.

Sobre o plano funcional, a vagina é perpendicular à direção das forças de expulsão, que são dirigidas no mesmo eixo do estreito superior da pelve, para baixo e para trás.  Desta forma, devido a força de reação do assoalho pélvico, toda hiper-pressão abdomino-pélvica tem a tendência de colabar as paredes vaginais uma contra a outra.

O presente artigo é bastante interessante, pois faz uma explanação bem completa das estruturas que compõe a pelve menor e o assoalho pélvico, de uma maneira funcional e não apenas descritiva.

Os autores relatam que o períneo é composto em sua maioria por fibras oxidativas. Porém, o fato de um músculo ter um metabolismo que permita contrações mais prolongadas não quer dizer que estas contrações são ininterruptas. Seria anti-fisiológico assumir que um músculo se mantém contraído o tempo todo. Quando isto acontece sabemos que o suprimento sanguíneo fica diminuído e que este músculo começa a fibrosar, perdendo sua função elástica, qualitativa.

É isso que acontece quando temos um aumento da pressão abdomino-pélvica de maneira constante. O períneo é muito solicitado e devido ao seu excesso de trabalho começa a enfraquecer, perdendo sua ação qualitativa. Cria-se então um mecanismo perfeito para as fugas!

A estreita relação de todas as estruturas da pelve (vísceras, músculos, fáscias, sacro, peritônio etc) faz com que a necessidade da abordagem desta região em nossos tratamentos se torne clara. Porém, muitos de nós negligenciamos o  tratamento deste importante diafragma, tornando nossas intervenções incompletas, reflitamos sobre isso!

Murilo De Marco

Professor Assistente da Formação Busquet no Brasil

Análise da postura cranio-cervical em pacientes com disfunção temporo-mandibular

“Análise da postura cranio-cervical em pacientes com disfunção temporomandibular” publicado pela Revista Brasileira de Fisioterapia, na edição de Jan/Fev de 2009

O artigo “Análise da postura cranio-cervical em pacientes com disfunção temporomandibular” publicado pela Revista Brasileira de Fisioterapia, na edição de Jan/Fev de 2009, me chamou muito a atenção.

Lunes, D.H. et al afirmam que distúbios osteomusculares do sistema ortognático são muito frequêntes, apresentando em torno de 50% a 70% da população pelo menos um dos sinais e/ou sintomas da disfunção temporomandibular (DTM). Por ser uma disfunção de alta prevalência, se torno questão de saúde pública, e tema de estudo de profissionais da área de saúde e pesquisadores. Guaratini, M.I. et al afirmam que os fatores etiológicos da DTM incluem anormalidades estruturais e neuromusculares, além de anormalidades posturais da cabeça e pescoço.

Portanto, o estudo dos autores, teve como objetivo comparar a posição da cabeça e o alinhamento da coluna cervical em indivíduos com ou sem DTM, selecionados por meio de protocolos RDC/TMD, tendo ainda como critérios de avaliação, análise postural, fotogrametria e radiografia. Para a realização do estudo, 90 participantes do sexo feminino foram analisados e divididos em três grupos: grupo controle composto por 30 indivíduos assintomáticos; grupo 1 formado por 30 indivíduos apresentando sinais musculares e sintomas de DTM; e grupo 2 contituído por 30 indivíduos apresentando sinais musculares e sintomas de DTM, deslocamento do disco, dor orofacial. No grupo 2, todos os indivíduos apresentavam artralgia e osteoartrose.

Foram utilizados diversos critérios metódicos para a realização de toda a avaliação e exames complementares me chamando a atenção para a importância que os autores deram na relação osso hióide e coluna cervical, solicitando uma telerradiografia cefalométrica lateral para analisar essa relação, e para tal, os autores utilizaram o protocolo descrito por Rocabado. A utilização de alternativas para a avaliação foi importante para a exposição dos resultados de forma mais clara e concisa.

Após toda a metodologia empregada pelos autores, fizeram-se as analises estatisticas e posteriomente obteve-se os resultados.

Não houve diferença qualitativa para a análise visual nos três grupos quanto apresentarem diferenças no alinhamento da cabeça e lordose cervical, ou seja, tanto os indivíduos assintomáticos quanto os indivíduos analisados dos grupos 1 e 2 apresentaram alterações posturais da cabeça e desalinhamento cervical, sendo o mesmo resultados para os achados dos exames radiográficos. Porém, outros autores, como Zonnenberg, A.J. et al, encontraram alterações posturais da cabeça e cervical em pacientes com DTM, e nos pacientes sem DTM, as alterações posturais não foram encontradas. Porém houve diferenças nos critérios de avaliação e seleção da amostra entre os estudos do presente artigo e os estudos de Zonnenberg, A.J. et al.

Após observar os resultados do presente estudo e compara-los à outros estudos como o de Zonnenberg, A.J. et al, podemos observar que pode haver outras interferências nesse posicionamento da cabeça e alinhamento da coluna cervical, que não sejam originadas na ATM. Os autores do presente estudo concluíram que as DTM´s não são a causa específica de desalinhamentos posturais, pois tanto indivíduos com DTM quanto pacientes sem DTM apresentaram as mesmas disfunções posturais. Outra questão relevante foi a relação que os autores observaram entre alterações na ATM com o posicionamento do osso hióide, o que pode nos fazer pensar em alterações na esfera visceral, como descrito por Busquet, 2009, que afirma que irritações da cadeia visceral podem chegar até ao osso hióide, garganta, base do crânio, ATM, e superprogramando toda a musculatura adjacente.

Além de todos os sinais e sintomas, os autores ainda observaram o estresse como um dos achados nos pacientes com DTM, mostrando que a abordagem e avaliação do paciente, deva ser mais abrangente em nossos consultórios.

Thiago Barroso – Professor Assistente Método Busquet

A Influência da Acidificação Esofágica Experimental no Bruxismo durante o sono

O objetivo do presente estudo foi testar se a infusão experimental de ácido intra-esofágico (0,1 N HCl pH 1.2) induziria ao bruxismo durante o sono e em caso afirmativo examinar o papel da migração de ácido proximal.
O procedimento experimental foi descrito através de uma amostra experimental, critérios de inclusão e exclusão, da análise das variáveis do sono (critérios da Associação Americana de Distúrbios do Sono), análise das atividades orofaciais, análise da migração de ácido proximal, ph intra-esofágico, análise estatística, assim como a descrição do sistema de gravação de dados.
O estudo foi realizado com 12 homens adultos saudáveis, estudantes da Universidade de Kagoshima, todos com dentição completa sem os terceiros molares. Nenhum dos indivíduos apresentava sinais ou sintomas de bruxismo, evidência ou história de doença gastrointestinal, azia, problemas de saúde mental, uso de medicamentos nos últimos 3 meses, obesidade ou doenças do sono.
Todos os participantes foram submetidos à monitorização polissonográfica completa consistindo em eletroencefalogramas, eletro-oculograma bilateral, eletromiogramas (mandíbula, masseter) e eletrocardiograma por 4 noites consecutivas num laboratório do sono. A função respiratória foi monitorada pela pressão do fluxo aéreo e saturação de oxigênio. Para avaliar os eventos de deglutição, foram gravados os movimentos da laringe com um sensor piezoelétrico que foi anexado à pele acima da cartilagem tireóidea.Gravações de áudio e vídeo da cabeça e parte superior do corpo também foram feitas para gravar movimentos laríngeos, orofaciais e ruído de ranger dos dentes.
Para avaliar o pH intra-esofágico foi colocado uma sonda de duplo-antimônio com uma porta de infusão, transnasalmente até o esôfago.
Dois sensores de pH (proximal e distal) e uma porta de infusão foram colocados a 20 cm, 5 cm e 10 cm acima da margem superior do esfíncter esofágico inferior, respectivamente (Fig A).O experimento foi realizado por 4 noites consecutivas, onde foi proibido o fumo, consumo de álcool e café e orientados a não comer ou beber após as 19hs.

A primeira noite foi de adaptação para eliminar efeitos artificiais, a segunda para estabelecer a linha de base (para diagnosticar possíveis distúrbios do sono, refluxo gastroesofágico, bruxismo…) e nas duas últimas noites os participantes foram divididos em 2 grupos aleatoriamente (cada grupo com um pesquisador) e foram realizadas as infusões ácidas (experimental) ou salinas (controle) à mesma temperatura, no esôfago. Num dia foram grupo controle e no outro experimental ou vice-versa (Fig B).  Os participantes não tinham conhecimento da ordem das intervenções. Foram feitas até 3 infusões por noite em cada participante após 1 min e depois a cada 20 min ou até que o pH intra- esofágico estivesse maior que 4.  As infusões foram aplicadas remotamente e só iniciadas após o 2°estágio do sono Não-REM, período que ocupa a maior porção da noite e onde os episódios de bruxismo são mais freqüentes.

Foi observado que as freqüências da Eletromiografia( EMG), episódios de atividade dos músculos mastigatórios (RNMA), ranger de dentes, relação RNMA / micro-despertares foi significativamente maior num período de até 20 minutos após a infusão ácida comparado à infusão salina. E concluem que episódios de ativação da musculatura mastigatória incluindo o bruxismo do sono foram induzidos pela acidificação esofágica.
Este foi um estudo muito bem conduzido, bem descrito, com um nível de concordância intra-observadores de 92%, bom nível de significância (p< 0,001) e que vem de encontro aos ensinamentos já ministrados na Formação Busquet que diz: “o bruxismo vem do abdômen” considerando que as tensões viscerais acionam num esquema de proteção (Influência do conteúdo sobre o contentor) a Cadeia Estática Visceral em seu nível superior (cadeia q vai do períneo ao nível da boca), assim como a Cadeia de Flexão que numa tensão excessiva estarão ativas mesmo à noite, provocando pequenos movimentos no nível da boca, denominados bruxismo. Prof Busquet também refere que o bruxismo é comum, por exemplo, em pessoas nervosas e a partir daí podemos pensar em diversos fatores que podem contribuir para essa proteção e acionamento das Cadeias e que podem chegar ao seu nível mais superior, como vimos de forma induzida no presente artigo. Com esta visão, o Método das Cadeias Fisiológicas orienta a nossa prática às causas das tensões que chegam à boca e não apenas aos seus efeitos, como vemos habitualmente os tratamentos serem direcionados.
Aline Abreu Lando Kenmochi
Prof. Assistente do Método Busquet – As Cadeias Fisiológicas

Hérnia de disco e Tratamento

Em geral, o sucesso do tratamento das doenças da coluna vertebral depende da mudança de hábitos por parte dos pacientes, que inclui perda de peso, melhora da postura, mudança de comportamento em atividades cotidianas, prática regulares de exercícios físicos, técnicas de relaxamento para combate ao estresse, dentre outros. Ainda assim, em muitas situações, existe a necessidade de tratamentos adjuvantes, os quais podemos dividir em duas modalidades: conservador e cirúrgico.

 TRATAMENTO CONSERVADOR

Engloba todas as estratégias de tratamento não cirúrgicas. Tais como: CADEIAS FISIOLÓGICAS DE Busquet; Podoposturologia, Osteopatia,Terapia Crâneo Sacral, Pilates, Hidroginástica, RPG, Flex-Trac

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

Diversos medicamentos são utilizados para alívio das dores decorrentes das afecções da coluna vertebral administrado por via oral, intramuscular, venosa e bloqueios anestésicos locais e injeções epidurais de corticoterapia. As medicações são usadas para tratar a dor decorrente das doenças da coluna, e por esta razão, é um tratamento voltado para as conseqüências e não para as causas do problema.

Na fase aguda da dor são utilizados os antiinflamatórios esteroidais e não-esteroidais, analgésicos (opióides) e relaxantes musculares de ação central e periférica.

Já na fase crônica da dor, podem ser associados antidepressivos, anticonvulsivantes e outras medicações com ação analgésica e voltadas para as alterações psiquiátricas da dor crônica.
Os bloqueios anestésicos e as injeções epidurais de corticoterapia são modalidades mais invasivas de tratamento medicamentoso, utilizados em situações mais específicas, podendo ter caráter definitivo ou paliativo.

FISIOTERAPIA e ATIVIDADES FÍSICAS

Engloba inúmeras técnicas diferentes, cada uma com objetivos e filosofias específicas.

É fundamental a avaliação de um fisioterapeuta especializado no direcionamento para as técnicas mais adequadas em cada caso. As especialidades fisioterápicas mais voltadas às patologias da coluna vertebral são: OSTEOPATIA; PODOPOSTUROLOGIA;CADEIAS FISIOLÓGICAS DE BUSQUET; FLEX-TRAC( tração dinâmica da coluna  e de forma passiva); RPG;TERAPIA CRÂNEO SACRAL; PILATES; ACUPUNTURA; HIDROGINÁTICA;TREINAMENTO FUNCIONAL.

A avaliação inicial das atividades de vida diárias e como elas são executadas e promovendo as devidas correções da postura e do equilíbrio estático e dinâmico.

A analgesia, alongamento, relaxamento e reforço da musculatura, dentre outros, são as formas de atuação da fisioterapia para o paciente portador de doença da coluna.

RPG

Esta sigla significa Reeducação Postural Global. Visa tratar as curvaturas anômalas da coluna vertebral, ou as retificações anormais através de técnicas de alongamento e reforço de musculatura melhorando assim o equilíbrio do corpo de maneira globalizada e não segmentar. A sua limitação é o fato de que pessoas com crise de dor não costumam tolerar as posições e exercícios prescritos.

O RPG pode ser útil para pessoas de todas as idades, porém só deve ser praticado por profissionais habilitados, sob pena de causar danos à coluna.

Pilates

É uma técnica de fisioterapia que tem por objetivo aumentar a potência dos músculos do “core” (abdominais + paravertebrais), trazendo uma melhor estabilidade e equilíbrio à coluna, exigindo menos das articulações. Deve ser direcionado às necessidades de cada pessoa e pode ser prescrito para todas as idades e níveis de condicionamento físico. Tem excelentes resultados para dores articulares e na prevenção e reabilitação de doenças da coluna.

ATIVIDADES  FÍSICAS

As atividades físicas e esportivas são importantes para a prevenção e tratamento das doenças da coluna. Além dos benefícios cardiovasculares e respiratórios, as atividades aeróbicas ainda contribuem significativamente para o relaxamento mental e combate ao estresse. Além da oportunidade de  socialização nas atividades coletivas.

A melhora do condicionamento físico e o aumento da massa e potência muscular, promove um melhor equilíbrio espinhal,e desta forma, menos desgaste articular.

As atividades mais comumente indicadas são as aquáticas (hidroginástica, natação) devido ao fato de não terem impacto sobre a coluna. A musculação também pode ser bastante eficiente para fortalecimento muscular e para tratamento de dores e lesões articulares. Outras atividades como caminhada, bicicleta e ginástica também podem trazer benefícios.

É fundamental que a prática de exercícios seja sempre orientada por um profissional da área da educação física que tenha conhecimento e entendimento das necessidades e limitações de cada paciente. Outro ponto de grande importância é a utilização de material esportivo adequado, como por exemplo, a utilização de tênis com solado próprio para caminhadas, com sistema de amortecimento, e se necessário uso de palmilhas proprioceptivas sob molde para cada caso específico.

Exercícios que gerem impacto para a coluna devem ser evitados na maioria dos casos. O professor de educação física saberá dosar a carga de impacto que individualmente cada paciente pode suportar.

CIRURGIAS

Resumidamente, os tratamentos cirúrgicos são reservados para pacientes que não têm melhora com o tratamento conservador, que têm alterações neurológicos, ou cujas deformidades prejudiquem a respiração ou o equilíbrio.
Todos os pacientes que vão submeter-se a tratamentos cirúrgicos devem fazer uma série de exames para avaliação clínica chamados coletivamente de risco cirúrgico.

Não se engane! Nem sempre as técnicas cirúrgicas mais modernas são mais eficazes.

A seguir, descreveremos algumas das técnicas cirúrgicas mais comuns, divididas em duas modalidades:

Cirurgias Minimamente Invasivas

Nucleoplastia/IDET
São procedimentos voltados ao tratamento de dor discogênica. Consistem em uma punção do discoguiada por raio X,através da qual introduz-se um eletrodo que aquece os tecidos intradiscais com o objetivo de diminuir a pressão intradiscal e diminuir a compressão às estruturas neurais. Além disso, ocorre a coagulação térmica dos nervos responsáveis pela sensibilidade do próprio disco, seu objetivo é lesionar as terminações nervosas do disco que levam a informação de dor ao cérebro.

As complicações relacionadas a este procedimento são raras. Os pacientes podem evoluir com infecções (discites) ou lesões neurais. No longo prazo, os sintomas iniciais podem retornar caso haja regeneração das microfibras nervosas.

Aspiração Intradiscal
É realizada uma punção discal por onde se introduz um fino cateter que é ligado a um aspirador que retira material discal. O objetivo é descomprimir as estruturas neurais com a diminuição da massa do disco. É reservado para hérnias discais contidas e pode ser realizado com anestesia local.

Vertebroplastia/Cifoplastia
É a injeção de cimento ósseo diretamente no corpo das vértebras através de uma punção. Utilizado para tratamento de fraturas vertebrais sem compressão das estruturas neurais. Este procedimento pode ser realizado com anestesia local, apesar de ser bastante desconfortável.

Denervação Facetária
Este procedimento é utilizado para tratamento de dor facetaria não responsiva ao tratamento conservador.
Após o posicionamento de uma agulha nas facetas articulares, é introduzida uma ponteira através dela que é conectada a um gerador de radiofreqüência.Dessa forma, a ponteira aquece os tecidos ao seu redor e lesiona os nervos que chegam às facetas doentes.

Cirurgias Vídeo-Endoscópicas
São cirurgias onde são utilizados câmeras e instrumentos de fibra óptica para iluminação do campo cirúrgico. São utilizadas incisões menores com menor lesão tecidual. Porém nem todos os pacientes podem se beneficiar de tais técnicas, pois têm indicações mais restritas.

Cirurgias Convencionais

Artrodese

Este procedimento tem por objetivo a fusão de vértebras adjacentes para o tratamento da instabilidade, para correção das curvaturas anormais (deformidades) da coluna e em casos de trauma. Para isto são utilizadas próteses como parafusos e hastes de titânio que mantêm as vértebras imóveis para que haja fusão óssea, sempre associada à colocação de enxerto ósseo. Algumas semanas depois do procedimento, forma-se uma ponte óssea que fixa as vértebras e impede seus movimentos anormais.

Nas artrodeses curtas não há prejuízo importante dos arcos de movimento e os pacientes conseguem realizar suas atividades diárias sem restrições. Já nas artrodeses longas há perda de flexibilidade da coluna, por vezes significativa.

A artrodese é indicada para casos de espondilolisteses, hérnias discais e estenoses de canal com instabilidade, escolioses, fraturas e tumores que necessitem reconstrução da estrutura e do equilíbrio da coluna.

Laminectomia Descompressiva

É a retirada cirúrgica das lâminas para descompressão das estruturas neurais, normalmente associada à retirada do ligamento amarelo. Pode ser associada à artrodese em situações em que haja instabilidade da coluna.
Utilizada para tratamento das estenoses de canalvertebral, alguns casos de trauma, tumorese como acesso cirúrgico para abordagem de outras lesões.

Microdiscectomia

Consiste na retirada direta, com uso do microscópio cirúrgico,dos fragmentos discais herniados e na retirada do batente ósseo contra o qual o disco comprime a raiz nervosa ou a medula. Esta cirurgia é indicada para o tratamento de hérnias discais que cursam com radiculopatia. É realizada sob anestesia geral.

Artroplastia

Trata-se da substituição das articulações ou do disco por uma prótese que tem o objetivo de preservar, mesmo que parcialmente, os movimentos daquela articulação. Isto leva a um retardo no processo degenerativo quando comparado com as cirurgias de fusão óssea. Há também uma menor limitação dos movimentos.
É indicada para tratamento de hérnias discais com poucas alterações degenerativas e doenças degenerativas discais, e deve ser realizada sob anestesia geral.

Implante de Eletrodo Epidural

Este procedimento é utilizado para tratamento da dor crônica. Consiste no implante de um eletrodo sobre a medula (no espaço epidural) ligado ao um gerador (bateria) posicionado no tecido subcutâneo. O eletrodo gera um campo eletromagnético que “atrapalha” a progressão do estímulo nervoso que passa pela medula em direção ao cérebro. Desta forma, a informação de dor não chega ao cérebro e o paciente experimenta o alívio da dor. É utilizado para tratamento de dores neurogênicas que não respondem aos medicamentos, como por exemplo em casos de síndrome pós-laminectomia.

Fasceíte Plantar: Tratamento com Osteopatia

Fasceíte plantar 

Fasceíte plantar é uma inflamação na fáscia (tecido fibroso) que se localiza na planta do pé. Esse tecido fibroso une o calcâneo aos ossos da região anterior do pé e pode se lesionar se for submetido ao aumento de tensão imposta sobre ele. Se não for retirada tensão, pode evoluir formando osteófito na região inferior do calcâneo (esporão de calcâneo). O aumento da tensão na fáscia plantar pode ocorrer em pés que apresentam:

Alterações posturais (pés planos, cavos, pronados, supinados, alteração do centro de gravidade do corpo), diminuição da mobilidade articular no pé e/ou tornozelo,   espasmo muscular.

Vale lembrar que a atividade física/laboral, na maioria dos casos, não é a causa da fasceíte plantar, mas um fator que exacerba outra alteração pré-existente.

O quadro clínico do paciente inclui: dor na planta do pé que exacerba ao acordar (pelo componente inflamatório da fasceíte) e ao realizar atividades de impacto (que geram tração sobre a fáscia).

O diagnóstico pode ser auxiliado por exames de imagens, como a radiografia (para visualizar o osteófito – se houver), ultra-sonografia músculo-esquelética(para visualizar se há lesão e/ou inflamação na fáscia plantar) ou ressonância nuclear magnética.

O tratamento passa por uma criteriosa avaliação do Ortopedista e do Posturólogo, deve ser realizado após discriminada a causa do problema.

A Osteopatia pode auxiliar no tratamento da fasceíte plantar por dispor de técnicas que visam restabelecer a mobilidade articular e diminuição da tensão da fáscia muscular.

O Método Busquet proporciona uma melhor integração das cadeias fisiológicas do paciente pela intervenção nos captores posturais e por intervir na cadeia lesional que levou a fáscia plantar,e consequente reequilibrio das cadeias fisiológicas, e a indicação e confecção de palmilhas posturais e proprioceptivas pós exame de Baropodometria e Podoscopia.

Dr.Cleides Ramos de Souza

Tratamento de dores musculo-esquelética-visceral pelo método Busquet

Sete cadeias para o tratamento completo

As cadeias fisiológicas

São os circuitos anatômicos através dos quais se propagam as forças organizadoras do corpo. O grande diferencial do método é integrar toda a anatomia da cabeça aos pés.

O método das cadeias fisiológicas

 Está baseado em um exame completo que coloca em evidência os pontos de tensão em diferentes partes do corpo, ao nível de cada uma das cadeias. É aplicado em seguida um método de tratamento manual :

Para liberar as zonas de tensão
Devolver uma boa mobilidade tissular às diferentes cadeias
Devolver uma melhor função
Devolver uma melhor estática

O conjunto das funções corporais são então naturalmente programadas.
Nosso trabalho é simples: eliminar ao máximo as tensões estruturais parasitas que são a base das disfunções, das deformações e das dores.

Um método aplicado para todas as pessoas

Permite o tratamento de pacientes desde o nascimento até uma idade bem avançada

-os recém natos para que estejam bem em seus corpos após as tensões geradas pelo nascimento: deformações, “torcicolos congênitos”, estrabismo, regurgitações, choros , perdas de sono, etc…
-as crianças que apresentam deformações: dos pés, joelhos, hiper cifoses e lordoses, escolioses, deformações torácicas, “dores do crescimento”, problemas otorrinolaringológicos, respiradores orais (bucais), má oclusão, problemas de acomodação visual, problemas de concentração, etc…
-aos desportistas para melhorar a confiabilidade e a perfomance.
-as pessoas ativas, de idade, sedentárias, no intuito de prevenir ou atenuar as disfunções físicas, orgânicas assim como os efeitos da artrose.

Tratamento

Simples, concreto e global, que tem por propósito retirar ao máximo as tensões parasitas que são a base das disfunções, deformações e dores. O resultado do tratamento é devido ao tratamento realizado por uma intervenção qualitativa do terapeuta, o corpo realiza uma parte importante da recuperação graças a programação de suas diferentes funções.

As técnicas

Elas são essencialmente baseadas sobre o relaxamento e a liberação das cadeias musculares em posturas específicas afim de reprogramar o bom funcionamento das cadeias fisiológicas.

As sessões

Possuem uma duração de 45 a 60 minutos de acordo com o problema do paciente.

A Frequência

O tratamento completo se faz em um ritmo de uma vez por semana( por período de 4 a 10 sessões)*. Este trabalho de qualidade atinge o corpo em sua profundidade e demanda ao mesmo um tempo de assimilação e de regulação própria.

A manutenção

Quando o tratamento é terminado, é aconselhado a realização de sessões de manutenção que deverão ter um espaço de 1 a 3 meses. O corpo possui uma memória tecidual e este trabalho periódico é o melhor tratamento preventivo.

Os honorários

O terapeuta estabelecerá um orçamento próprio para o tratamento. A qualidade deste justificará o seu valor e a sua realização.

CRS-Posturologia

Fonte: www.cadeiasfisiologicas.com